Estudo inédito vai mapear o 'DNA' do Queijo Minas Artesanal do Serro

Pela primeira vez, um estudo detalhado está sendo realizado para identificar um “mapa genético” do Queijo Minas Artesanal (QMA) do Serro. A pesquisa analisa os microrganismos presentes no produto e a saúde do rebanho leiteiro da região.

A iniciativa é conduzida pela Emater-MG, Universidade Federal de Lavras (Ufla), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig). Foram selecionadas 32 propriedades de dez municípios do Serro, onde amostras estão sendo coletadas até abril para análise em laboratório.

O estudo foca na identificação das bactérias ácido láticas do queijo, do leite, das tábuas de maturação e do “pingo” – fermento natural essencial para o sabor característico do produto. A pesquisa permitirá comprovar a autenticidade do queijo do Serro, garantindo rastreabilidade e prevenindo falsificações.

Além disso, a análise sanitária do rebanho leiteiro inclui testes para brucelose, tuberculose, leptospirose, toxoplasmose e mastite, além da verificação da eficácia de carrapaticidas.

Os resultados da pesquisa estão previstos para agosto de 2025.

Queijo do Serro e seu reconhecimento internacional

Em dezembro de 2024, os Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal foram reconhecidos pela Unesco como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. O Serro é uma das dez regiões produtoras do QMA em Minas Gerais, com uma produção anual de aproximadamente 4 mil toneladas.

Produzido nos arredores da Serra do Espinhaço, o queijo do Serro tem sabor levemente ácido e suave, pesando entre 700g e 1kg, com consistência compacta e cor amarelada.

A região produtora inclui os municípios de Alvorada de Minas, Coluna, Conceição do Mato Dentro, Dom Joaquim, Materlândia, Paulistas, Rio Vermelho, Sabinópolis, Santo Antônio do Itambé, Serra Azul de Minas e Serro.