Conheça a maior mina de ouro ativa do Brasil: um tesouro escondido em Sabará

Abaixo da superfície da Grande BH, um mundo subterrâneo impressiona pela profundidade, tecnologia e segurança

Jun 30, 2025 - 14:14
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Conheça a maior mina de ouro ativa do Brasil: um tesouro escondido em Sabará

Imagine descer mais de 1.600 metros abaixo da superfície da Terra, – o dobro da altura do maior prédio do mundo, em Dubai, com 828 metros de altura, ainda atravessando galerias que somam 330 quilômetros de extensão. Parece um cenário de ficção científica, mas esse lugar existe, fica na Região Metropolitana de Belo Horizonte e abriga a maior mina de ouro ativa do Brasil: a Mina Cuiabá, operada pela AngloGold Ashanti, em Sabará.

 

QUASE DOIS SÉCULOS DE HISTÓRIA E INOVAÇÃO

A AngloGold Ashanti é parte de um dos maiores grupos produtores de ouro do mundo, com 11 operações em 10 países. No Brasil, sua história começou em 1834, ainda como Saint John d'el Rey Mining Company, em Nova Lima. Hoje, com 191 anos de atuação, é considerada a indústria em atividade mais antiga do país.

As Operações Cuiabá reúnem a Mina Cuiabá (Sabará), a Mina Lamego (Sabará/Caeté) e a planta metalúrgica do Queiroz (Nova Lima), onde ocorre o beneficiamento e refino do ouro. Também há um escritório administrativo, um centro de memória e um centro de educação ambiental que registra e compartilha a trajetória da mineração na região.

 

UMA CIDADE SUBTERRÂNEA COM ALTA TECNOLOGIA

A Mina Cuiabá impressiona por suas dimensões e estrutura. São 330 km de túneis escavados, com uma rampa principal de 26 km. Cerca de 1.000 trabalhadores atuando simultaneamente em três turnos, utilizando 150 equipamentos, sendo 74 pesados.

Dentro da mina, há oficina de manutenção, posto de combustíveis, unidade de tratamento de água, planta de concreto e até 444 roteadores de wi-fi, garantindo conectividade em todo o sistema. O trajeto até o nível mais profundo leva quase 30 minutos, combinando elevador e transporte em veículos.

A profundidade não é apenas um feito técnico: sondagens já identificaram ouro a 2.400 metros. Para avançar apenas 1 metro em escavação, o custo operacional chega a R$ 29 mil.

Um diferencial da unidade é o uso de carregadeiras 100% elétricas, que reduzem em até 285 toneladas anuais a emissão de CO₂. Isso se soma a outras inovações como o monitoramento em tempo real de pessoas (people tracking).

 

PRODUÇÃO COM RESPONSABILIDADE E RECONHECIMENTO INTERNACIONAL

Em 2024, a AngloGold Ashanti produziu mais de 11 toneladas de ouro no Brasil, sendo a maior parte extraída em Minas Gerais. A Mina Cuiabá, por sua produtividade e padrões de segurança, recebeu o Global Safety Award 2024, premiação que destaca as operações mais exemplares do grupo globalmente, graças à redução de quase 49% nos acidentes.

A empresa é a única do setor no país com certificação ISAE 3000 da London Bullion Market Association (LBMA), que garante rastreabilidade e responsabilidade em toda a cadeia de produção, do solo até a barra final. A meta é zerar as emissões de gases de efeito estufa até 2050. Desde 2021, as operações já reduziram 63% dessas emissões.

 

DA PEDRA BRUTA À BARRA DE OURO

O processo é rigoroso, técnico e controlado em cada detalhe: tudo começa com a pesquisa mineral, que envolve análises geológicas, sensoriamento remoto e perfurações em áreas com potencial de jazida. Confirmada a viabilidade, inicia-se a lavra, ou extração subterrânea do minério com escavadeiras, explosivos e caminhões. Em seguida, vem o beneficiamento, que separa o ouro do restante do minério por processos físicos e químicos como britagem, moagem, cianetação e gravimetria.

O concentrado resultante é levado para a fundição, onde o ouro é derretido em fornos de alta temperatura, vira um líquido metálico para moldar o ouro bruto. Por fim, ocorre o refino, que purifica o metal até 99,99% de pureza, gerando as renomadas barras Good Delivery (GD), reconhecidas pelo Mercado de Ouro de Londres, com peso de 400 onças troy (aproximadamente 12.441 gramas), o que equivale aproximado 12,4 kg, certificadas internacionalmente.

 

SEGURANÇA E CAPACITAÇÃO COM TECNOLOGIA DE PONTA

A AngloGold Ashanti investe fortemente em formação e segurança. Em Sabará, foi inaugurada a primeira sala de realidade virtual da companhia no mundo, onde os trabalhadores simulam situações reais de risco, melhorando a tomada de decisão e prevenção de acidentes.

Os treinamentos variam de 10 a 20 minutos e proporcionam uma experiência imersiva. Três poltronas e óculos de realidade virtual compõem o espaço, tornando o aprendizado mais eficaz e adaptável aos diferentes perfis de colaboradores.

COMPROMISSO COM SABARÁ E COM O FUTURO

Com mais de R$ 820 milhões investidos apenas em Minas Gerais em 2025, o que inclui o investimento nas Operações Cuiabá (Mina Cuiabá, Mina Lamego e Planta do Queiroz), a AngloGold Ashanti também dedica mais de R$ 13 milhões a projetos sociais na região. Os recursos estão sendo destinados a iniciativas que promovam a educação, cultura, meio ambiente, inclusão social e desenvolvimento econômico.

Através do programa Parcerias Sustentáveis, seis novos empreendimentos sociais de Sabará foram selecionados este ano: Pompeu Ecoturismo, Estúdio Beleza Negra, Casa Imagine, Associação Mãos Amigas de Catadores de Materiais Recicláveis de Sabará, Movimento & Equilíbrio e Pedalbuçu.

Desde 2010, mais de 290 projetos foram apoiados, impactando mais de 50 mil pessoas, com um investimento de aproximadamente R$ 14,6 milhões.  Os empreendimentos recebem suporte financeiro de até R$ 50 mil, além de capacitação técnica, apoio em vendas, gestão e comunicação.

BARRAGENS ESTÁVEIS E REJEITO A SECO

Desde 2022, todas as unidades da empresa adotam o sistema de rejeito a seco, eliminando o uso de polpa nas barragens. Isso representa um grande avanço em segurança ambiental e estrutural. Todas as barragens possuem Declaração de Condição de Estabilidade (DCE), emitida por auditorias independentes, e nenhuma apresenta risco iminente.

MINA DE RIQUEZAS E POSSIBILIDADES

A Mina Cuiabá é mais que uma jazida de ouro. É um exemplo de como é possível aliar produção mineral, inovação, responsabilidade ambiental e impacto social positivo. No coração de uma cidade com mais de 300 anos de história, ela representa o encontro entre o passado do ciclo do ouro e o futuro da mineração sustentável no Brasil.

 

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