Em parceria com a PBH, Coleção “BH. A Cidade de Cada Um” lança 40º título

A coleção “BH. A Cidade de Cada Um” celebra 20 anos com lançamento de “Colégio Marconi” e relembra histórias que unem memória afetiva e contexto histórico. O evento será no Teatro Francisco Nunes, com leituras e relançamentos.

Dez 10, 2024 - 13:45
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Em parceria com a PBH, Coleção “BH. A Cidade de Cada Um” lança 40º título

Nascida com o objetivo de resgatar a crônica literária para narrar histórias sobre bairros e outros lugares afetivos para os moradores, a coleção “BH. A Cidade de Cada Um” se consolidou como uma das principais referências para a memória coletiva de Belo Horizonte. Ao completar duas décadas neste ano, a série chega ao 40º título, “Colégio Marconi”, de Luiz Vilela, e prepara novos lançamentos para 2025.

Na terça-feira (10), a coleção celebra o sucesso em um evento no Teatro Francisco Nunes, no Parque Municipal, a partir das 18h30, com lançamento de livro, relançamento de obras anteriores, leitura de textos e presença de autores e profissionais que contribuíram com o projeto desde o início. O evento é uma realização da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura.

Idealizada pelos jornalistas José Eduardo Gonçalves e Sílvia Rubião, a coleção “BH. A Cidade de Cada Um” estreou em 2004, com uma inspiração principal: aumentar o sentimento de pertencimento do belo-horizontino a locais marcantes no imaginário coletivo, como bairros, praças e escolas, que ainda eram carentes de registros literários, capazes de unir as relações afetivas aos contextos históricos, em linguagem leve e divertida.

Os três primeiros títulos reverenciam uma famosa tríade da cultura mineira: a paixão pela gastronomia, pelo futebol e pela boemia, registrada nas obras “Lagoinha”, do escritor Wander Piroli; “Mercado Central”, do escritor e letrista do Clube da Esquina Fernando Brant; e “Estádio Independência”, do locutor esportivo e radialista Jairo Anatólio Lima.

“Desde o início, a marca da coleção é convidar pessoas com um vínculo afetivo muito grande com o lugar. Brant era um frequentador assíduo do Mercado; Jairo iniciou a carreira de locutor no Independência, onde narrou partidas da Copa de 1950. E o Wander tem o universo literário baseado na Lagoinha, uma clássica região boêmia, crescida à margem do centro, e que abrigou os primeiros deserdados da cidade. Wander disponibilizou textos inéditos sobre personagens incríveis do bairro”, diz o jornalista José Eduardo.

“A coleção ‘BH: A Cidade de Cada Um’ é mais do que uma série literária, é um convite poderoso para que os belo-horizontinos redescubram a cidade e se apropriem dela de forma afetiva e coletiva. Ao apoiar ações como esta, a Prefeitura de Belo Horizonte reforça o compromisso com a valorização da memória coletiva e o fortalecimento da identidade cultural da nossa cidade. Essa parceria é essencial para garantir que histórias, afetos e vivências dos moradores sejam preservados e celebrados, consolidando a cidade como um espaço de pertencimento e conexão para todos”, afirma Eliane Parreiras, secretária municipal de Cultura.

Partindo de olhares e lembranças individuais, e sob influências literárias afiadas, os escritores narram sobre lugares, eventos e personagens, sem se restringirem a versões oficiais da história. Ainda que os contextos históricos e os fatos sejam rigorosamente certificados, os livros não se enquadram na categoria de registros históricos, mas, sim, de compartilhamento de histórias — captando sentimentos individuais dos autores, mas que se somam à construção da memória coletiva de toda a população.

Isso inclui desde as famosas lendas que circundam o bairro de Venda Nova, como a temida aparição do Capeta na Quadra da Vilarinho, burburinho que rendeu notícia até no jornal americano The New York Times na década de 1980, e é contado pelo historiador Bruno Barreto; até relatos curiosos sobre os moradores ilustres do Bairro Floresta, narrados pelo professor de literatura Carlos Junqueira Maciel, incluindo histórias sobre o poeta Carlos Drummond de Andrade e também sobre o sambista Noel Rosa, que viveu uma temporada no bairro da região Leste da capital para o tratamento de uma tuberculose, no início dos anos 1930.

“No conjunto, esse grande mosaico de histórias conta uma parte importante da nossa história de Belo Horizonte. A coleção  tem um raio de abrangência amplo: temos bairros tradicionais da região Leste, como Floresta, Santa Tereza e também, no lado oposto da cidade, os bairros Caiçara e Carlos Prates; lugares muito conhecidos, como a Pampulha; e ainda o bairro Campo Alegre, berço do poeta Ricardo Aleixo, que quase ninguém conhecia, até então”, avalia José Eduardo.

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